Economistas e entidades criticam decisão de aumentar tributos para cobrir o rombo das contas públicas

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Entidades e empresários repudiaram o aumento de impostos sobre os combustíveis. O economista da Fecomércio-RS Lucas Schifino acredita que a manobra foi equivocada não só por elevar custos de logística, mas também pela possibilidade de retração no consumo em um momento em que a economia já não é favorável. “Se vai render ao governo cerca de R$ 10 bilhões, é o valor que vai ser retirado do consumo”, lembra, ao enfatizar que ação culmina em uma queda na renda real da população, além de dificultar o deslocamento de cargas e mercadorias para o empresariado.

O economista lembra que só a reforma da Previdência economizaria cerca de R$300 bilhões dos cofres públicos. No entanto, essa é uma medida que requer esforços políticos do governo de Michel Temer (PMDB), que está fragilizado.

A Federasul também se mostra contra a medida. A presidente Simone Leite argumenta que a União precisa oportunizar ao empresariado a continuidade de suas atividades. “Para isso, é preciso que a carga tributária diminua, não aumente”, declara, sugerindo que o governo Temer está na contramão das necessidades do País com esta ação. “Um ajuste fiscal é fundamental, mas no sentido de fomentar a economia.”

Por meio de notas oficiais, a Confederação Nacional das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp) informaram que a medida atrasará a recuperação da economia e que o governo deveria ter buscado outras formas de equilibrar as contas públicas e garantir o cumprimento da meta fiscal para este ano.

“O aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”, destacou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em nota publicada na página da entidade na internet. Para Skaf, o governo deveria concentrar-se no corte de gastos e na melhoria da gestão do Estado.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou que a medida provoca prejuízos tanto para o consumidor como para as empresas. “A elevação dos tributos provoca o aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias, o que prejudica o crescimento da economia”, comentou. Para a CNI, o equilíbrio das contas públicas deve ser perseguido pela contenção dos gastos, em vez do aumento dos impostos.

No mesmo tom, a Firjan defendeu que “a saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos, mas na adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência da aprovação da reforma da Previdência”.

Fonte: Jornal do Comércio

Data: 21,22 e 23 de julho

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