Em Santiago, público de 400 pessoas confere última edição do ano do Giro Pelo Rio Grande
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Com o tema "Brasil em Pauta", a Fecomércio-RS realizou a última edição desse ano do Giro pelo Rio Grande, na cidade de Santiago, na noite da quinta-feira (20). O evento reuniu cerca de 400 pessoas para debaterem o momento atual do país e dos negócios. Na abertura do encontro, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, falou sobre as necessidades de reformas. “A Fecomércio-RS está engajada em um movimento de pressão para viabilizar uma Reforma Trabalhista que permita superar a velha e desatualizada CLT. Queremos uma legislação trabalhista na qual o que for livremente negociado entre empresas e trabalhadores, tanto em termos de salário quanto em termos da jornada de trabalho, tenha prevalência sobre o que está legislado na CLT”, defendeu o empresário.
Bohn reconheceu que as Reformas necessárias não são de simples aprovação no Congresso Nacional, mas que a ação e a mobilização de todos é que irá viabilizar que esta discussão seja pauta entre os parlamentares. "A Fecomércio-RS vai continuar trabalhando por isso, mas também contamos com o apoio de vocês para conscientizar os parlamentares e a sociedade pelas Reformas que o Brasil tanto precisa".
O consultor econômico, Marcelo Portugal, falou sobre questões que precisam sair do papel para a retomada de crescimento do Brasil. A primeira foi a PEC do Teto, que coloca um limite nos gastos públicos do país para evitar um eventual default da dívida. Depois disso, apontou a Reforma da Previdência, que é tão urgente quanto às demais, mas com um impacto econômico e financeiro considerável. "Esta reforma vai tornar a Previdência mais justa e, principalmente, mais sustentável a longo prazo", destacou, mostrando o déficit previdenciário do ano que atinge R$ 720 bi. Entre as medidas apontadas, Portugal citou a mudança da idade mínima (com regras de transição), a contribuição rural, a redução da generosidade das pensões e o fim da acumulação de benefícios, aposentadorias e pensões especiais, entre outros. Por fim, a Reforma Trabalhista, cujo objetivo é aumentar a produtividade da economia e superar os entraves impostos pela CLT à negociação coletiva.
Com relação ao cenário tributário, o consultor Rafael Borin falou sobre a necessidade urgente da Reforma Tributária com vistas à redução do número de tributos e de obrigações acessórias. "Não existe país que cresça com um custo de burocracia tão alto como no Brasil", defendeu Borin, acrescentando a defesa da unificação do PIS e da Cofins para que a carga tributária não tenha um aumento tão forte e sistematizado, como está atualmente.
Em sua participação, o cientista político Fernando Schuller contextualizou o cenário vigente ao público presente. Para Schuller, o momento atual não é de crise política, mas de uma pós-crise que foi pesada, difícil e com grandes impactos negativos, mas que estamos superando com boas perspectivas de crescimento. "O Governo tem um quadro muito favorável para atuar, tanto com relação a alianças e base de apoio no Congresso, quanto a composição da equipe técnica. Portanto, acredito que com mobilização e vontade política é possível fazer as Reformas que o Brasil precisa", falou Schuller. Ele defendeu ainda a Reforma Política, com alguns pontos e destaque como a diminuição do número de partidos (cláusula de barreira), o fim das emendas individuais por projetos e a aprovação do voto distrital.