Giro Pelo Rio Grande realiza última edição do ano

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O Giro Pelo Rio Grande percorreu em 2019 cinco regiões do Estado, promovendo um debate sobre acontecimentos da economia e política que impactam na decisão de investimentos das empresas. A quinta e última cidade foi São Borja, região da Fronteira Oeste, que teve no tema “O Brasil Está para Negócios?”, uma forma de auxiliar empreendedores e investidores em sua tomada de decisão quanto a possibilidade de expandir negócios, contratar mais pessoas ou esperar.

Mais de 100 inscritos ouviram nesta sexta-feira (22) a avaliação do cenário econômico, tributário e político para os negócios. Na abertura do evento, o presidente do Sindilojas São Borja, Ibrahim Mahmud, deu as boas vindas, agradecendo a escolha do município para a agenda do ano da Federação. O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, pontuou em sua fala que a sociedade não suportará mais aumentos da carga tributária. “O ajuste das contas públicas tem que ser realizado através da contenção dos gastos”, afirmou.

Bohn ainda disse que a Fecomércio-RS apoia as três PECs enviadas recentemente pelo Ministério da Economia ao Congresso. Destacou, em especial, a chamada PEC emergencial. “Ela vai permitir a contenção dos gastos públicos com a folha de pagamentos nos três níveis de governo. Essa PEC é quase tão importante quanto a PEC da Previdência. Ela permitirá que, nos próximos dois anos, a União e os Estados reequilibrem as suas contas sem a necessidade de sacrificar a população com mais impostos”, disse.

Iniciando o painel, o consultor econômico Marcelo Portugal levou ao público uma avaliação sobre a atividade econômica. Para ele, o cenário internacional tem um impacto, e a crise na Argentina é desafiadora para o Brasil. “O mundo está desacelerando por conta das disputas comerciais. O aumento da incerteza internacional afeta nosso câmbio “, destacou. Ele ainda reforçou que se o mundo cresce mais devagar, as commodities crescem menos. No cenário doméstico, a crise que teve seu auge em 2016 ainda não foi totalmente superada. “Os resultados estão melhorando, mas seguimos abaixo dos nossos resultados em bons anos “, afirmou.

O advogado e consultor tributário Rafael Borin sinalizou que a reforma tributária deve simplificar os custos, mas ainda há um grande caminho para ser percorrido . “Mas qual será a alíquota do Imposto de Bens e Serviços (IBS)? Devemos estar atentos a essas discussões “, disse Borin. O tributarista ainda citou algumas simplificações criadas pelo governo este ano, dentre elas a dispensa de autenticação de documentos e registro de firma; o revogação, que enxugou 250 decretos; o portal Simplifique, entre outros.

No momento final do evento, o assessor parlamentar da Fecomércio-RS Lucas Schifino disse que “responder se o Brasil está para negócios é responder se a agenda do governo vai passar no Congresso”. Dentre essas agendas, a reforma da previdência, administrativa, tributária, privatizações e a abertura econômica. “O país ainda é muito improdutivo e o governo gasta de mais. Essa agenda corrigiria muitos dos nossos problemas”, comentou. Para ele, o desafio não é propor, mas sim executar.

 

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