Centro Empresarial de Santiago

Em dezembro de 2022, o estoque total de crédito do sistema financeiro nacional (incluindo recursos livres e direcionados) variou 1,3% em relação ao mês anterior. Já na comparação com dezembro de 2021 houve avanço de 14,0% - ambos em termos nominais. Com isso, o saldo totalizou R$ 5,3 trilhões, conforme divulgado pelo Banco Central. Como proporção do PIB, o montante total de crédito atingiu 54,2%.

As concessões nominais de crédito  sazonalmente ajustadas somaram R$ 482,7 bilhões em dezembro, registrando variação de -3,1% no mês em relação ao mês anterior. Na comparação das concessões acumuladas em 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores, o aumento nominal foi de 20,4%. Especificamente quanto ao crédito com recursos livres, que tem taxas negociadas diretamente entre banco e os tomadores, o aumento nominal em 12 meses foi de 20,4%, com alta de 19,8% no crédito às empresas e, para as famílias, aumento de 20,9%.

A taxa média de juros para as operações de crédito com recursos livres teve variação de -1,5 p.p. em dezembro, registrando 42,0% a.a., com queda de 2,1 p.p. na taxa às famílias (55,8%) e de 0,2 p.p. na taxa às empresas, indo para 23,1%. No mesmo período do ano passado essas taxas eram, respectivamente para famílias e empresas, 45,0% e 19,7%.

Quanto à inadimplência, no que tange a recursos livres, houve estabilidade na comparação com o mês anterior, registrando 4,2% - no mesmo mês do ano passado era de 3,1%. Em dezembro, a estabilidade na inadimplência refletiu a taxa as empresas e às pessoas físicas, de forma que as taxas registraram 2,1% e 5,9% respectivamente, taxas que em dezembro do ano anterior estavam em 1,5% e 4,4%.Os dados do mercado de crédito mostram que, apesar de bastante elevadas, as taxas de crescimento estão reduzindo, tanto na pessoa jurídica quanto na pessoa física. A elevação da taxa de juros diminui o apetite por crédito na economia e o aumento da inadimplência provoca um comportamento mais cauteloso na concessão do crédito por pare das instituições financeiras. Essa conjuntura do mercado de crédito deverá continuar a se verificar ao longo de 2023, dado que o cenário macroeconômico vigente tende a se preservar.