Qual a aderência e os impactos das vendas online para o comércio?
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Recentemente, a CDL POA divulgou um estudo sobre a maturidade da transformação digital no segmento empreendedor da capital gaúcha. As evidências mostram que há um longo caminho pela frente, tanto no uso de ferramentas específicas quanto da geração de dados para a avaliação dos resultados.
As conclusões supracitadas retratam uma fotografia, e podem ser ainda melhor contextualizadas com os comparativos da Fundação Getúlio Vargas. De acordo com o levantamento, efetuado em todo o território nacional, o período pós-pandemia é caracterizado pela intensificação das vendas online do comércio. A título de exemplo, previamente à eclosão da COVID-19, 9,2% do faturamento das companhias sondadas advinha dessa modalidade, ao passo que, em junho, o percentual mais do que dobrou: 21,2%.
Também chama a atenção que praticamente metade dos respondentes (49,7%) efetivavam transações apenas presencialmente antes do começo do distanciamento social. Conforme a última pesquisa, o número caiu para 20,3% – patamar, inclusive, semelhante ao verificado em Porto Alegre (19,2%). Vale destacar a existência de uma relação inversa com o porte, ou seja, estabelecimentos maiores apresentam grau de dependência inferior do meio físico.
questões adicionalmente investigadas está o efeito dos negócios digitais na percepção da situação atual – um dos componentes do índice de confiança. A amostra foi dividida em dois grupos: (1) receitas derivadas do online acima da média da categoria e (2) abaixo da média. Os indícios apontam que o primeiro subconjunto sofreu menos com a turbulência causada pelo novo coronavírus.
Entendemos que a mudança experimentada a partir meados de 2020 é estrutural, pois muitos consumidores abraçaram formatos que, até então, não figuravam em sua jornada de compra. Portanto, as empresas devem compreender os desafios impostos pela realidade vigente, marcada pela concorrência em escala global e pela exigência de que as demandas sejam atendidas de modo cada vez mais acelerado.
*Conteúdo exclusivo – Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA