Varejo projeta expansão de 6,3%
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
As vendas do varejo (incluindo materiais da construção civil e veículos) devem fechar 2018 com crescimento de 6,3%. O resultado poderia ter sido melhor, mas fatores como a greve dos caminhoneiros (maio e junho) e as incertezas eleitorais acabaram por gerar desconfiança do consumidor.
A avaliação foi feita ontem pelo presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL/RS), Vitor Augusto Koch, na apresentação do balanço de 2018 e as perspectivas para 2019. O crescimento de vendas esteve concentrado nos artigos duráveis. O motivo foi a baixa rentabilidade das aplicações financeiras.
"Os poupadores passaram a ser atraídos a comprar veículos novos, roupas e produtos de informática", destacou. Segundo Koch, no entanto, o consumo da maioria dos gêneros varejistas ainda está abaixo dos padrões de 2014. "Persiste uma defasagem de 5,64% diante do apogeu do consumo gaúcho. É bem possível que o patamar de 2014 seja alcançado em 2019 e somente a partir daí poderemos começar a falar em crescimento real do varejo”, afirmou.
Com relação ao número de lojas em atividade, Koch afirmou que 2018 mostrou estabilidade diante de 2017. Eram 97.499 estabelecimentos no ano passado e, ao final de 2018, são 97.521. "A presença de lojas só deve aumentar a partir de um clima de maior confiança econômica e institucional, o que esperamos que se consolide em 2019", ressaltou.
O emprego no setor deve finalizar o ano com leve alta de 0,03% ante 2017. Isso se deve à contratação de temporários em novembro e dezembro, cerca de 6,2 mil, fechando o ano com 516 mil. Para 2019, Koch elencou pontos favoráveis para o país crescer, citando a inflação estável, com a taxa de juros Selic em 6,5% ao ano.
A FCDL acredita que o PIB tenha expansão entre 2,5% e 3,5% em 2019, ficando a expectativa de alta entre 4,5% e 7% nas vendas no varejo.